Quaresma com tradição teatral

Considerada pelo cristianismo o maior ato de amor pela humanidade, a crucificação de Jesus é lembrada pelos católicos do mundo inteiro. Um exemplo que a tradição se mantém viva pelos fieis poderá ser conferida no próximo domingo no Parque das Nações, às 19h30, em Arapongas. São quase mil pessoas envolvidas na produção e atuação da peça teatral Paixão de Cristo. A expectativa é que o espetáculo, produzido há 15 anos pelo Grupo Teatral Mãe do Céu, seja assistido por 15 mil espectadores. No último sábado, atores caracterizados desfilaram pela Avenida Arapongas para divulgar o evento.

De acordo com o coordenador da peça, Luiz Vechiatto, está tudo pronto para a apresentação. Os últimos ensaios aconteceram neste fim de semana. Este ano, segundo ele, a encenação que reconstitui as últimas horas da vida terrena de Jesus também será transmitida ao vivo por pelas emissoras de televisão Século XXI, TV Paraná e TV Antares.

Para Vechiatto, o interesse em transmitir a Paixão de Cristo representa o sucesso crescente do trabalho na comunidade católica. “O elenco é formado por pessoas de todos os níveis sociais. Temos andarilhos, empresários, catequistas e donas de casa. Todos podem participar, basta mostrar interesse e nos procurar”, diz. A interação entre o grupo teatral e a comunidade é tão forte que o figurino, por exemplo, é feito por costureiras voluntárias. O material usado na confecção das roupas é doado por empresários e lojistas da cidade. A Prefeitura Municipal também contribui com o projeto.

O coordenador da peça, que interpreta Jesus, se dedica tanto ao papel que deixou o cabelo e a barba crescer para se parecer mais com o personagem. Responsável pela apresentação, ele procura todos os anos acrescentar um detalhe a mais da vida de Jesus. “Já fui três vezes à ‘Terra Santa’ para conhecer de perto o local onde toda esta história ocorreu. Também comecei a estudar Teologia com o intuito de entender melhor a vida de Jesus”, sustenta. “A minha vida mudou muito depois que comecei com o teatro em 1998. Tenho conhecimento de outras pessoas que também tiveram a vida transformada depois que começaram a participar da peça. O objetivo é justamente este: a evangelização”, diz.